segunda-feira, 30 de maio de 2016

Educadora

Magistério/Oceu - Turma de 1986
Trabalhar o dia todo no Jornal Interior, chegar em casa no final da tarde e correr para a escola após um banho rápido, deixando a Juliana com a vó Júlia, chorando e chamando "mamã". 

Essa passou a ser a rotina da Marilda após a morte do Gilson. E ficar longe da Juliana todo o dia e também à noite levou-a a cogitar abandonar o último ano do Magistério na Oceu. 

Em março de 1986 ela me escreveu pedindo minha opinião, se deveria dar um tempo no curso para ficar com a Juju à noite, voltando a estudar apenas quando nossa princesinha estivesse maior. 

Foi muito difícil dar uma resposta. Concordava com ela que a Ju precisava como nunca de sua presença de mãe naquele momento. Por outro lado, abandonar os estudos representava selar um futuro de limitações e de eterna exploração naquele emprego. Concluir o magistério poderia abrir outros caminhos, outras possibilidades de trabalho e de vida. 

E foi assim, sem responder diretamente, que a incentivei a continuar estudando. Cheguei a escrever à Rosana, que tinha sido minha namorada e que era sua professora na Oceu, pedindo, quase implorando, que desse uma força à Marilda, que me ajudasse a convencê-la a continuar os estudos. 

Felizmente, apesar de toda dificuldade, superando todo sofrimento, ela continuou. Formou-se professora naquele ano e já no ano seguinte iniciou o exercício do magistério. Nessa foto, a Marilda se destaca, até pelo colorido de sua roupa, de suas colegas de classe.

Hoje, tendo acompanhado seus 25 anos de docência nos anos iniciais do ensino fundamental e também na condição de educador, posso afirmar sem qualquer sombra de dúvida que a Marilda continua se diferenciando e não é pela aparência nem pelo vestuário. Minha linda atingiu em sua carreira o auge da competência, do profissionalismo e do comprometimento, dignificando a profissão e sendo merecedora do título EDUCADORA.


(Publicado originalmente no Facebook em 19/03/12)

Nenhum comentário:

Postar um comentário