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Do Diário para O Liberal |
Mas não me abati e fui batalhar outro emprego. Comprava as edições dominicais do O Liberal e selecionava nos classificados as possibilidades de trabalho.
Não demorou. Na segunda de manhãzinha, com o anúncio classificado na mão fui até a Tarumã Confecções, na rua Major Rehder, em Americana. Quando cheguei na esquina quase desisti. Uma fila enorme disputava a vaga de auxiliar de expedição. Mas já que estava ali, fiquei e preenchi a ficha de número 121.
No dia seguinte fui chamado para uma entrevista. O Antonio, um dos sócios da empresa, me questionou por que estava ali disputando uma vaga numa fábrica tendo formação superior. Expliquei que estava chegando a Americana e precisava trabalhar. Fui contratado.
Entrava todos os dias às 7h30 e saía quando acabava o serviço, às 19h30, 20h, 21h, 22h, 23h... Só não fui bóia-fria porque as marmitas eram mantidas aquecidas em banho maria até a hora do almoço. Às vezes passava o dia todo ocioso, apenas ajeitando as peças nas prateleiras. De repente, lá pelas cinco da tarde começavam a chegar os pedidos. Aí o ritmo se tornava frenético: contar e separar o calções, bermudas e calças, esperar a conferência e depois empacotar a mercadoria para ser despachada.
A Tarumã fornecia seus shorts para muitas lojas da capital, mas os principais clientes eram as lojas Mesbla e Mappin. Quando o trabalho passava das 20h nos providenciavam um lanche com guaraná e nesses dias quase sempre me chamavam para ajudar no escritório, no preenchimento de notas fiscais e duplicatas.
Foram apenas três meses. Mas quando anunciei minha saída para trabalhar no Diário de Americana tentaram evitar fazendo uma proposta de melhoria salarial e de efetivação no escritório. Agradeci e fui para o Diário, onde fiquei aproximadamente seis meses. O trabalho ali desenvolvido me abriu as portas do O Liberal.
Essa foto, em que apareço de boina para cobrir a careca provocada pelo trote na PUC, retrata o momento exato em que o Clemente Buoni me ligava na redação do Diário para avisar que eu deveria passar no final do expediente no O Liberal para conversar com o editor Ju Jensen.
Trabalhar no O Liberal era o sonho de consumo de todo jornalista americanense naquela época. E pra mim tornou-se realidade.
(Publicado originalmente no Facebook em 04/03/12)
(Publicado originalmente no Facebook em 04/03/12)
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