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Entrevistando o ministro Dilson Funaro |
Foi assim que me tornei repórter do Jornal Interior e acabei enveredando pelos caminhos do jornalismo. Fui escalado pelo casal Pedro Campos e Lúcia Moçouçah para implantar o Jornal de Lins, onde permaneci quase um ano. Corria atrás das notícias, enviava os textos pelo telex do sindicato dos comerciários, garimpava anúncios e, logo de manhãzinha, pegava no guichê da Reunidas os jornais que eram impressos na gráfica do Interior, em Penápolis.
Foi uma época difícil. Fazia todo o trabalho cruzando Lins a pé ou de bicicleta. Só suportei porque contei com a inestimável ajuda do amigo José Luis de Mesquita que era meu "guia" em Lins. Me indicava os caminhos, da cidade e também da política.
O "escritório" do jornal ficava na rua Maestro Carlos Gomes, dividindo espaço com uma academia de dança. Eu dormia num quartinho ao lado do escritório, numa solidão terrível. E tudo isso cursando o último ano de Pedagogia na Funepe, o que me obrigava a viajar todo final de tarde para Penápolis e retornar no ônibus das 23:10 ou na manhã seguinte.
Até que numa tarde, ao voltar da rua, encontrei a Lúcia no escritório do jornal. Toda sorridente ela deu a notícia: "João, o Maurílio Galloppi voltou para a Prefeitura e precisamos de você em Penápolis para ser o editor do Interior".
Voltei no mesmo dia, de carona com a Lúcia, um pouco frustrado, me sentindo uma peteca nas mãos dos patrões, mas feliz por voltar a Penápolis. Passei a morar numa pensão na rua Altino Vaz de Mello, em frente ao supermercado Sakumoto. Foi um tempo melhor do que a minha estada em Lins, mas durou pouco.
Um telefonema recebido na pensão, logo no café da manhã, me abriu outros caminhos. Era minha mãe, anunciando que a Rádio Clube de Americana estava compondo uma equipe para inaugurar um novo programa jornalístico. Era uma oportunidade de crescimento profissional, além de poder estudar jornalismo em Campinas, já que naquela época não havia esse curso próximo a Penápolis.
Viajei para Americana e marquei um horário com o Mauro Girardi, diretor de jornalismo da Rádio Clube. Após uma breve conversa ele disse que minha contratação dependia do Same Najar, proprietário da emissora. Falamos com o Same em seguida e ficou tudo acertado. Pediram que eu aguardasse um contato, pois ainda esperavam a chegada de alguns equipamentos para iniciar o novo programa.
Aguardei, aguardei, aguardei... Ligava toda semana e ouvia a mesma história. Então desisti e fui procurar outro emprego. Já estava desistindo dessa história de jornalismo quando o Alaécio Dalmédico, um amigo da família aqui em Nova Odessa, me indicou para uma sobrinha, a Silvana Dalmédico, que era repórter do Diário de Americana.
Fiz um teste num sábado de manhã, sai com o Clemente Buoni, que era o editor do jornal, para cobrir uma manifestação no calçadão de Americana. Um grupo de militantes do PCdoB colhia assinaturas num abaixo assinado pela participação popular na Constituinte. Entrevistei a Maria Noélia de Souza, redigi a matéria e fui contratado.
Cerca de um ano depois o Clemente transferiu-se para o jornal O Liberal e indicou a minha contratação quando surgiu uma vaga. Nessa época já estava cursando Comunicação Social na PUC Campinas.
Foi um período muito rico, de muito aprendizado, especialmente pela oportunidade de contato com personalidades da política nacional na primeira eleição direta de governadores após a ditadura militar.
Foi em 1986 que conheci e entrevistei Lula, Suplicy, Jacó Bittar, Hélio Bicudo, Marta Suplicy, Delfim Neto, Paulo Maluf, Antonio Ermírio de Morais e o então ministro da Fazenda, Dílson Funaro, que aparece na foto em entrevista coletiva no gabinete do prefeito de Americana.
Sai do O Liberal em 1988 para iniciar a carreira no magistério. Mas tive idas e vindas. Trabalhei no Jornal dos Distritos, de Sumaré, fiz freela no jornal A Notícia, de Nova Odessa, e em 1989 parti para a assessoria de imprensa sindical. Após uma breve passagem pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas fui contratado pelo Sindicato da Construção Civil de Campinas, onde presto serviços até hoje.
Também assessorei o sindicato dos Químicos de Campinas e o Sindicato dos Queixadas, em Perus (São Paulo). A última experiência na área foi a secretaria de comunicação da Prefeitura de Penápolis, no primeiro mandato do amigo prefeito Joao Luis dos Santos.
Entre idas e vindas, descobri que jornalismo e Educação são duas grandes paixões no campo profissional. Quase inseparáveis.
(Publicado originalmente no Facebook em 21/02/12)
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