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Filho da PUC |
Segui para a missa junto com o Xavier, que estava em Nova Odessa nos visitando. Ao retornar para casa, enquanto aguardava o almoço, resolvi olhar novamente o listão e eis que meu nome estava lá, entre os aprovados. Foi uma explosão de alegria. Agora eu seria um "filho da PUC".
Estava, nesta época, no Diário de Americana. Na segunda, muitos colegas da imprensa me parabenizaram pela conquista, mas o que mais me encheu de satisfação foi a ligação do Clemente Buoni, que tinha sido meu chefe no Diário. Além da felicitação ele repetiu o que prometera quando deixou o jornal: "Logo, logo vou te levar para O Liberal".
Cursar jornalismo era um sonho, mas não foi fácil. Levantava às 5h30 para começar as aulas às 7 da manhã na PUC. Dois ônibus na ida, dois na volta. Chegava correndo em casa, engolia o almoço e saía correndo novamente para chegar às 13 horas no jornal, onde trabalhava até a noite. Tinha horário para entrar, mas nunca para sair.
Além da cansativa correria, para quem já vivia a realidade das redações dos jornais, o curso era um saco. Pouco se aproveitava. Classe numerosa, com quase cem alunos, a galera do fundo fumando e tocando violão... Isso quando não decidia deixar a sala e se embrenhar no matagal que cercava o campus, não sei se para consumir drogas ou à procura de um "matel".
Além de tudo isso, greves intermináveis dos professores. A única coisa que tinha regularidade na PUC era o pagamento das mensalidades. Sentia uma saudade tremenda das aulas e dos professores da Funepe que, para mim, tinham qualidade infinitamente superior.
(Publicado originalmente no Facebook em 03/03/12)
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