quarta-feira, 27 de abril de 2016

Religiosidade

A religiosidade sempre foi uma marca de minha família, herança de meu avô Conrado. 

Embora nascido após o Concílio Vaticano II, me lembro de ter ido, ainda pequenino, a algumas missas que seguiam o ritual pré-conciliar, com o padre de costas para a assembleia. Devia ser algum saudosista inconformado com o ar puro que soprava sobre as velhas estruturas da Igreja e tentava renova-la.

Ir à missa não era muito agradável, ficar ali sentado ao lado de minha mãe, sem entender bem o que estava acontecendo, com sono e sem poder dormir, tomando beliscões quando conversava…

Mas esse hábito foi nos aproximando da Igreja. Na adolescência participei do movimento Apostolado da Oração, junto com minha mãe. Toda primeira sexta-feira do mês íamos à missa e à reunião. Mas eu gostava mesmo era dos encontros da campanha da fraternidade, que nos colocavam temas atuais e desafiadores da realidade para reflexão.

Foi nessa época que comecei a participar dos grupos de jovens. O primeiro foi a JAM – Juventude de Ação Mariana, o braço jovem da Congregação Mariana. Os encontros eram sempre aos domingos, após a missa das 10 no Santuário. Meu irmão Camilo era o coordenador do grupo nessa ocasião. Nos encontros, além de avisos gerais, sempre era combinada uma ação concreta, como uma visita aos idosos do Asilo São Vicente.

Mas o grupo de jovens era também um local de encontros. Muitos casais amigos se conheceram ali, nas reuniões da JAM, como o Beto e a Yara, Priguiça e Isabel, Geraldo Malta e Ivete, Lucinei Ferreira e Adelfo, Camilo e Lucia

Participei de um dos encontros da JAM (foto), que começava na sexta-feira à noite e terminava no domingo à noite, tudo cercado de muito mistério. Nem mesmo o local do encontro era revelado antes, só a equipe organizadora sabia. Durante o encontro palestras e mais palestras, marretas que martelavam em nossas cabeças, com forte conteúdo emocional para tentar a “conversão” dos encontristas. E a maioria chorando, chorando… Não conseguia entender muito bem a razão de tanto choro, até porque conhecia bem os palestrantes e não via em alguns a coerência de vida com o que falavam.

Então… O fato é que fiquei pouco tempo na JAM. Aquele modelo de grupo de jovens não me satisfazia. E acabei me encontrando na JUFRA – Juventude Franciscana. Com assessoria do frei Isaías, constituímos ali um grupo de estudos e reflexão sobre as raízes do franciscanismo, sobre os princípios e exigências do Evangelho e sobre o documento da Conferência de Puebla. Tudo aliado à prática da oração fraterna.

Xavier, Marcos Belussi, Nilda Douradinho, Maria Costa, Claudinei Sacomani, Pierangeli e Renato faziam parte do grupo. Depois se juntaram a nós o João Luis, o Yuji e Antonio Carlos.

Como coordenador da Jufra fui convidado a participar de um encontro da PAJU – Pastoral da Juventude em Araçatuba e de lá trouxemos a proposta de superar a idEia e a prática de movimentos de jovens construindo uma pastoral da e para a juventude penapolense. Foi um desafio e tanto. Mas demos início a essa empreitada, constituindo uma equipe de coordenação local, com representantes de todos os grupos de jovens: pela Jufra, eu e Xavier; pela JAM, Izabel e Leonila; pela Jucripe, Santo e Maria Leonor; pela Legião de Maria, Nilva e Marcos Bonini; e pelo FLAC (grupo carismático), o Pantera.

De início pertencíamos à região de Birigui, que tinha o Doniseti Feltrin como coordenador, ao lado do meu amigo Carlos Silva. Depois houve a criação da região de Penápolis e assumi a coordenação regional junto com o desafio de organizar na cidade a primeira semana da juventude, de caráter ecumênico.
(Publicado originalmente no Facebook em 31/12/11)

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