Cursei o 2º grau (hoje ensino médio) na Escola Estadual Adelino Peters, o antigo Colégio Industrial.
Naquela época, ao final do primeiro colegial os alunos deveriam optar por uma área (primária, secundária ou terciária), conforme suas habilidades e desempenho das diferentes matérias.
Quem tinha facilidade em biologia ía para a área primária, quem se saía bem em matemática e física escolhia a secundária e quem gostava mais de língua portuguesa acabava optando pela terciária.
Minha opção foi pela área secundária, pois sempre tive mais facilidade nas exatas. Português e literatura não eram meu forte. E vejam só a ironia: ao concluir o colegial fui cursar Pedagogia e, mais tarde, iniciei Jornalismo.
O primeiro ano, em 1979, foi muito difícil. O nível de exigência estava muito acima do que eu tinha experimentado até então. Já no primeiro bimestre fiquei com D em Matemática, a única nota vermelha em todo o meu histórico escolar. Não conseguia acompanhar as explicações da professora Mercedes. Tive que me desdobrar nos bimestres seguintes para recuperar e chegar ao final do ano com conceito A. Consegui.
Em compensação, comecei a gostar de língua portuguesa com a professora Anésia Vince Ferreira, que também ensinava literatura. Atual diretora do Museu do Folclore de Penápolis, dona Anésia me deixava maravilhado ao recitar decor "Os Lusíadas" de Camões. Foi com ela, também que aprendi técnicas de redação.
Foi nesse ano também que tive a melhor professora de Inglês que já conheci: Cecília Rahal, esposa do Faiz Rahal, professor de Física. Ela pronunciava as palavras e frases em inglês de forma doce e nos ensinava a língua estrangeira através de músicas. Me lembro até hoje da letra e da tradução de "Smile", de Charlie Chaplin, interpretada pelo Michael Jackson.
Faiz (pronunciava-se Feiz), ótimo professor, repetia sempre "tanto Faiz quanto Feiz", quando alguém questionava sobre seu nome. Tinha ainda o professor de Química Jaime Monteiro, o Jaimão, que depois se tornou vice-prefeito de Penápolis e que se estressava sempre que alguém imitava sua risada. A Ivone de Biologia, Zezé (não a Macedo) de História, o Fred de Desenho...
Da turma do primeiro ano me lembro de apenas três colegas: a Geneci Dezaneti, que hoje trabalha na Caixa, a Iara Alves de Lima, diretora-administrativa da Apae, e a Mariza Anelli, cujo pai tinha um bar na antiga rodoviária de Penápolis.
A partir do segundo colegial passei a estudar à noite, para poder trabalhar durante o dia. Mesmo assim fazia trabalhos de Física, Química e Desenho Técnico para alguns colegas não muito afeitos aos estudos, embora tivessem tempo livre para isso, como o Arikawa e o Robert Pentagna.
Os professores foram os mesmos no segundo e terceiro colegial: Faiz (Física e Física Aplicada), Jaimão (Química e Química Orgânica), Zé Fernando (Matemática), Fulanetti (Português e Literatura). E tinha a dona Satiko, de Desenho Técnico, uma japonesa que implorava aos alunos "sirêncio por favoro" sem perceber que alguns pulavam as enormes janelas da sala de desenho para cabular suas aulas.
(Publicado originalmente no Facebook em 28/12/11)
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