
Família reunida à mesa, na hora do jantar. Essa cena tão incomum nos dias atuais era sagrada na minha infância. E como era prazeroso esse momento de partilha.
A cabeceira da mesa era o lugar sempre reservado ao meu pai. E eu me sentava sempre à sua esquerda. Assim como ele, eu adorava cortar fatias bem finas de queijo fresco, colocava-as no prato e cobria com o feijão quente. O queijo derretia e ficava uma delícia. Comíamos um queijo inteiro todos os dias.
Não havia fartura, mas Deus nos proporcionava, através do trabalho da família, o necessário para nosso sustento: o arroz, o feijão e as hortaliças, tudo produzido no nosso sítio, assim como o queijo que minha mãe fazia com o leite retirado das nossas duas vaquinhas.
Aos domingos, ou quando vinha uma visita, minha mãe preparava um frango. Ela escolhia no galinheiro e nós, cheios de alegria, corríamos atrás até pegar. Mas quando tinha visita, a recomendação de minha mãe era clara: "deixem as visitas se servirem primeiro, nunca sejam 'entrões' pois isso é falta de educação".
Mesmo não concordando, sempre acatamos essa ordem. Assim, as visitas se deliciavam com as partes melhores, como a coxa, sobrecoxa e peito do frango, e nós tínhamos que nos contentar com o pé, a asa, o pescoço ou a costela. Quando a situação era inversa, ou seja, quando nós éramos visita na casa de alguém, lá vinha a recomendação de mãe novamente: "é falta de educação servir-se primeiro".
Dessa forma, enquanto os "mal educados" comiam as partes boas, na nossa casa e na deles, nossa boa educação nos premiava com os pedaços mais cheios... de ossos!
Mas éramos felizes assim, basta ver o sorriso e a expressão de alegria nos rostos de cada um dos irmãos. Essa e a próxima foto talvez sejam as únicas que registraram um jantar da família no bairro Córrego Grande, para onde nos mudamos em 1970 e de onde saímos em 1976. Obrigado, tia Fatima Rodrigues Gallo, por me presentear com essa recordação.
Aos domingos, ou quando vinha uma visita, minha mãe preparava um frango. Ela escolhia no galinheiro e nós, cheios de alegria, corríamos atrás até pegar. Mas quando tinha visita, a recomendação de minha mãe era clara: "deixem as visitas se servirem primeiro, nunca sejam 'entrões' pois isso é falta de educação".
Mesmo não concordando, sempre acatamos essa ordem. Assim, as visitas se deliciavam com as partes melhores, como a coxa, sobrecoxa e peito do frango, e nós tínhamos que nos contentar com o pé, a asa, o pescoço ou a costela. Quando a situação era inversa, ou seja, quando nós éramos visita na casa de alguém, lá vinha a recomendação de mãe novamente: "é falta de educação servir-se primeiro".
Dessa forma, enquanto os "mal educados" comiam as partes boas, na nossa casa e na deles, nossa boa educação nos premiava com os pedaços mais cheios... de ossos!
Mas éramos felizes assim, basta ver o sorriso e a expressão de alegria nos rostos de cada um dos irmãos. Essa e a próxima foto talvez sejam as únicas que registraram um jantar da família no bairro Córrego Grande, para onde nos mudamos em 1970 e de onde saímos em 1976. Obrigado, tia Fatima Rodrigues Gallo, por me presentear com essa recordação.
(Publicado originalmente no Facebook em 22/10/11)
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